segunda-feira, 21 de março de 2011

Imprecação ao Sol

Chora
A redonda palavra
De luz ofuscada
Chora
Sob o sol intenso
Que lhe abre os véus
Chora
A impudicícia brancura
Sob os céus apagados

Redonda palavra
Lança o encantamento
Da sombra
Que te faz quarto
Abre a bruma dos enigmas
Sobre as águas
Dobra a tua charpa
E amarra o despudor desses raios
Que te desfloram o mistério

Harpeia o breu
Redonda palavra
Veste-te da graça da tua treva
E acende os céus libertos de toda a culpa
Cicia-me o silêncio incognoscível
Que abre a porta indistinta da tua prata
E deixa que se acenda a noite em mim
Sob o pudor dos teus véus.



Para aceder à Galeria de Miguel Claro em Olhares

3 comentários:

Anónimo disse...

Venha de lá essa Primavera que trará calor nos dias e aquecimento da Alma :) Lei

vieira calado disse...

Olá, boa noite!

É muito interessante a ideia de colocar música apropriada,
no interior do poema!

*** Quanto à secretária, como refere,
não sei quem fez de minha secretária, em S. Paulo,
no pretérito Domingo,
aquando da apresentação do meu livro.
Sei quem recitou poemas meus...

mas, secretária...
é outra coisa! rs rs rs

Beijinhos

Anabela disse...

Que bom que correu tudo bem em S. Paulo mesmo sem um secretariado à altura :))))
Gosto do riso da sua poesia
Bem haja Vieira Calado