segunda-feira, 4 de março de 2013

Do Zénite ao Zénite


Hoje acordei com o Zénite

Atirei o tic tac mecânico para o fundo da gaveta

Harmonizei-me com a hora que é minha

E Chamei meio-dia à minha primeira hora

Para que me viesse primeiro a tarde e a seguir a manhã

Mudei de casa e comecei pela casa VI do dia

 
Deixei para trás o Eu, os metais, a superficialidade

Larguei o conforto de possuir

E o limite da exaltação da identidade

Deixei para trás a metade da minha existência

E começo o meu dia na casa da obrigação e dedicação à prática

Organizo e sistematizo a minha rotina, coloco ordem na minha vida
 

2 tempos avante e atinjo a casa VII

Eu e o outro e a seriedade da dádiva e da colheita

Vivo a experiência de me relacionar, a experiência do coletivo

Na casa VII, oposta à individualidade da casa I, não estou só

Inicio a composição dos relacionamentos, das parcerias e estabeleço alianças para a vida

Confronto-me com pontos de vista e vontades diferentes da minha

Que me fazem cúspide do ascendente ao reconhece-los

Início a abordagem ao relacionamento com comprometimento

 
2 tempos vibrei  com a dádiva do outro e cheguei à casa VIII

Compartilho os meus valores e os meus excessos

Início o alívio do lastro do que acumulei na vida

Abandono os valores pessoais e assimilo os valores coletivos

Liberto-me dos preconceitos e das minhas angustias

Morro e renasço, transformo-me e regenero-me

 

Passei incólume pelos dois tempos difíceis da casa VIII para me regenerar

Refundada estou pronta para me encontrar com o sublime na casa IX

 Vivo tudo o que eleva e enaltece a minha humanidade

Procuro a vivência da minha aprendizagem superior

Aplico-me no estudo da Gramática, da matemática, da filosofia, da moral e das religiões

Procuro a sabedoria humana que a tinta deixou indelével nas páginas

Que me contam a minha história longínqua. A minha história de Ser sem fronteiras

Viajo dois tempos pelo espaço distante, dobro-me sobre o tempo,

Desenho a minha primeira abordagem à interação com o distante e

Início a elevar a minha alma, guardando apenas o que me elava e enaltece

Para chegar à casa X.

 

O crepúsculo caiu e a noite quer namorar-me o espirito com o sucesso e o reconhecimento social

Mas eu já não reconheço a noite e lanço sobre o breu a luz que a história da minha humanidade transporta.

 

Depois de estabelecer as metas elevadas da minha vida na casa IX cheguei à casa X Com um novo conhecimento e uma nova ética onde me refundei e na qual estabeleço a minha posição na sociedade; -Irradio o que aprendi e liberto-me da escravidão de sobreviver.

Cheguei à casa mais alta do zodíaco e consequentemente à mais difícil de alcançar; -A estruturação da vivência do sucesso como uma meta de longo prazo a conquistar com a banalidade de cada um dos meus gestos ao longo da minha vida.

 

Dois tempos levei a ultrapassar a vaidade e a perceber que o discreto realiza e traz o melhor na casa XI; - As Rosas

Oriento a minha capacidade de me adaptar às exigências do bem comum

No que ele me trouxer de lucro e de perda

Depois de me estruturar e estabelecer a minha posição na vida dois tempos levei para apreender a identidade do coletivo; - As experiências que me levam a contribuir para o progresso na descrição dos meus gestos, dos meus planos de redesenho do futuro de pessoas livres, fraternas e humanitárias, exaltando sempre a permanência da ordem.

Saio da casa XI com a sensação de liberdade e de dever cumprido para viver a imensidão da casa XII

Vivo a primeira hora da minha Fé e a última casa do zodíaco: - Tudo o que realizo me levará a algum lugar ou acontecimento que, se for fundado na ética e na abnegação, será bom e reconhecido ainda que seja banal.

É Meia Noite e eu estou no Zénite

Vivo a segunda hora da minha certa de que iluminarei a meia parte noite da minha vida com o Luz que souber disseminar da minha meia parte dia.