sábado, 2 de janeiro de 2010


Escrever, para mim, é congelar o tempo. Guardar um momento, uma ideia fugidia ou uma qualquer teoria rabiscada pelo vento que sopra no meu sótão. A maior parte das vezes escrever é para mim fotografar os sentimentos: - Um paixão, uma frustração, o doce mel do amor bailando o peito ou o registo de um ruído difuso e inconfesso a que o símbolo dá forma e exprime. Outras vezes a escrita liofiliza-me as lágrimas que ficaram anónimas aos olhos.

Não procuro razão na força das palavras, procuro a consciência, por entre o garatujar puramente simbólico, do que me passeia anónimo pela mente, esse lugar da volatilização dos sentimentos, materializando na palavra as correntes químicas emanadas do pensamento.

Pensei fazer um blog anónimo. Pensei no que escreveria a anonimia? Concluí que não escreveria nada que a falta de anonimato não escrevesse. O que escrevo mais não é que pedaços de tempo congelado… Fotografias de sentimentos.

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