quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Nocturno

A noite encosta-se a mim
Mas eu não me encosto à noite
De mim a noite deseja a Treva
Mas a Treva não me deseja a mim
E eu… Eu pisco-lhe o olhar
Entre cada lampejo do que
Não se apaga em mim.


Ensinaram a noite a fazer-se temer
Pela maldição de um negrume
Que não me ensinaram a mim
Enxofre roubado a nebulosa
Faz luminosa a noite
E eu… eu pisco-lhe o desejo...
Deixo que se entregue, intimamente,
Ao Azul que o negro não esconde


Trinco a lua e degusto o breu
Que lhe cai do inóspito batido em claras
Pelo fim do sentir… castelos de sonhos
Que a fantasia encima de pó das estrelas
Acendendo na noite; - outra face
Do mesmo breu.