Hoje acordei com o Zénite
Atirei o tic tac mecânico para o fundo da gaveta
Harmonizei-me com a hora que é minha
E Chamei meio-dia à minha primeira hora
Para que me viesse primeiro a tarde e a seguir a manhã
Mudei de casa e comecei pela casa VI do dia
Deixei para trás o Eu, os metais, a superficialidade
Larguei o conforto de possuir
E o limite da exaltação da identidade
Deixei para trás a metade da minha existência
E começo o meu dia na casa da obrigação e dedicação à
prática
Organizo e sistematizo a minha rotina, coloco ordem na minha
vida
2 tempos avante e atinjo a casa VII
Eu e o outro e a seriedade da dádiva e da colheita
Vivo a experiência de me relacionar, a experiência do
coletivo
Na casa VII, oposta à individualidade da casa I, não estou
só
Inicio a composição dos relacionamentos, das parcerias e
estabeleço alianças para a vida
Confronto-me com pontos de vista e vontades diferentes da
minha
Que me fazem cúspide do ascendente ao reconhece-los
Início a abordagem ao relacionamento com comprometimento
2 tempos vibrei com a
dádiva do outro e cheguei à casa VIII
Compartilho os meus valores e os meus excessos
Início o alívio do lastro do que acumulei na vida
Abandono os valores pessoais e assimilo os valores coletivos
Liberto-me dos preconceitos e das minhas
angustias
Morro e renasço, transformo-me e regenero-me
Passei incólume pelos dois tempos difíceis da casa VIII para
me regenerar
Refundada estou pronta para me encontrar com o sublime na
casa IX
Vivo tudo o que eleva
e enaltece a minha humanidade
Procuro a vivência da minha aprendizagem superior
Aplico-me no estudo da Gramática, da matemática, da filosofia,
da moral e das religiões
Procuro a sabedoria humana que a tinta deixou indelével nas
páginas
Que me contam a minha história longínqua. A minha história
de Ser sem fronteiras
Viajo dois tempos pelo espaço distante, dobro-me sobre o
tempo,
Desenho a minha primeira abordagem à interação com o
distante e
Início a elevar a minha alma, guardando apenas o que me elava
e enaltece
Para chegar à casa X.
O crepúsculo caiu e a noite quer namorar-me o espirito com o
sucesso e o reconhecimento social
Mas eu já não reconheço a noite e lanço sobre o breu a luz
que a história da minha humanidade transporta.
Depois de estabelecer as metas elevadas da minha vida na
casa IX cheguei à casa X Com um novo conhecimento e uma nova ética onde me
refundei e na qual estabeleço a minha posição na sociedade; -Irradio o que
aprendi e liberto-me da escravidão de sobreviver.
Cheguei à casa mais alta do zodíaco e consequentemente à
mais difícil de alcançar; -A estruturação da vivência do sucesso como uma meta
de longo prazo a conquistar com a banalidade de cada um dos meus gestos ao
longo da minha vida.
Dois tempos levei a ultrapassar a vaidade e a perceber que o
discreto realiza e traz o melhor na casa XI; - As Rosas
Oriento a minha capacidade de me adaptar às exigências do bem comum
No que ele me trouxer de lucro e de perda
Depois de me estruturar e estabelecer a minha posição na
vida dois tempos levei para apreender a identidade do
coletivo; - As experiências que me levam a contribuir para o progresso
na descrição dos meus gestos, dos meus planos de redesenho do futuro de pessoas
livres, fraternas e humanitárias, exaltando sempre a permanência da ordem.
Saio da casa XI com a sensação de liberdade e de dever cumprido
para viver a imensidão da casa XII
Vivo a primeira hora da minha Fé e a última casa do zodíaco:
- Tudo o que realizo me levará a algum lugar ou acontecimento que, se for
fundado na ética e na abnegação, será bom e reconhecido ainda que seja banal.
É Meia Noite e eu estou no Zénite
Vivo a segunda hora da minha Fé certa de que iluminarei a
meia parte noite da minha vida com o Luz que souber disseminar da minha meia
parte dia.
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