terça-feira, 20 de março de 2012

Sagração da Primavera



Assim como a relva
Não planeia crescer na primavera
Assim Arvoro
De estação em estação
Sem plano
Tutorada pelo sabor do vento
Aqueço e subo…
Arrefeço e desço…
Redemoinho
E abro copa

Não possuo forma
Não marco dia à floração
Ou à semente
Não prendo o tempo
Nem ao tempo me prendo
Arramo liberdade

Sou densa
Não se faz em mim
Cerceio de noviço
Rejeito toda a tonsura
(Clareira de mato
Que se faz de censura)

Faço-me em dual tropismo
Um dia Luz
Outro Obscuridade
Intuo-me pelo natural

E quando, a primavera
Que é minha, a mim
Chegar
Saberei florar,
Frutificar
E semente lançar
Assim esteja surribada a terra
Que encontrar.

1 comentário:

Francisco Clamote disse...

Belo poema, bela sagração da primavera.