NATAL- MIGUEL TORGA
Velho Menino-Deus que me vens ver
Quando o ano passou e as dores passaram:
Sim, pedi-te o brinquedo, e queria-o ter,
Mas quando as minhas dores o desejaram...
Agora, outras quimeras me tentaram
Em reinos onde tu não tens poder...
Outras mãos mentirosas me acenaram
A chamar, a mostrar e a prometer...
Vem, apesar de tudo, se queres vir.
Vem com neve nos ombros, a sorrir
A quem nunca doiraste a solidão...
Mas o brinquedo... quebra-o no caminho.
O que eu chorei por ele! Era de arminho
E batia-lhe dentro um coração...
Do que estás à espera, Putin?
Há 11 horas
2 comentários:
Acho este poema de natal belo. Não consigo no entanto entender o último terceto. Porque quer Torga quebrar a vida? Quer dizer que a vida não é para brincar? Que quereria dizer Torga?
se alguém me iluminar agradeço
Feliz Natal para todos
de facto, um poema a sério como todos os poemas deveriam ser! eu cá, tentei encontrar a explicação na primeira quadra mas... não sei não!
que o NATAL seja contigo, em paz, amor, saúde, trabalho e poesia!
um beijão, aliás, muitos, muitos, muitos... é Natal, nada melhor que esbanjar carinho por quem nos faz bem!
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